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domingo, 19 de julho de 2009

Obra que desabou no litoral do Rio Grande do Sul não tinha licença da prefeitura



PORTO ALEGRE - Há três anos algumas obras eram realizadas no edifício Santa Fé, cujo desabamento parcial matou quatro pessoas na madrugada deste domingo, em Capão da Canoa, litoral norte do Rio Grande do Sul. As reformas eram feitas sem licença da prefeitura, conforme apurou o jornal Zero Hora ao contatar empreiteiros que realizaram os consertos e também a imobiliária que administra o prédio, a Contamec.

O secretário de Obras e Infra-estrutura da prefeitura de Capão da Canoa, arquiteto Tupi Feijó, confirma que as obras realizadas até agora no prédio não tinham licença. Ele diz que será realizada perícia para verificar se esse licenciamento era necessário, já que autorização municipal não é imprescindível para pequenos consertos.

- O certo é que a empresa já estava trabalhando, há marcas nas colunas que indicam que aquilo foi mexido. Vamos ver se a profundidade exigia licenciamento - explica Feijó.

O delegado de polícia de Capão da Canoa, Heraldo Guerreiro, diz que os responsáveis pela obra, se for constatado que ela exigia licença, podem ser responsabilizados criminalmente pelas quatro mortes ocorridas.

O desabamento deixou quatro pessoas mortas e uma ferida no desabamento. O prédio, de de três andares e 12 apartamentos, estava em reformas por problemas estruturais, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O pedaço que desabou foi o dos fundos do edifício, onde mora o zelador e sua família. Dois edifícios vizinhos ao do desabamento foram evacuados pelos bombeiros e dez pessoas, retiradas de suas residências.

A Polícia Civil de Capão da Canoa abriu inquérito para apurar as causas do acidente.

Bombeiros usaram durante toda a madrugada cães farejadores na procura a outras possíveis vítimas. Um popular que pediu para não ser identificado relatou o que ouviu enquanto ajudava a retirar os entulhos.

- A gente ouvia a voz das pessoas soterradas. "Tá doendo, tá doendo", dizia uma delas - contou.

Simone Celiberto, de 31 anos, e seu filho Rodrigo Celiberto dos Santos, de 5, foram encaminhados ao Hospital Santa Luzia, no município, mas não resistiram aos ferimentos. Por volta das 4h foi retirado dos destroços o corpo do síndico, Joel Dieter, de 57 anos, e, meia hora depois, o da mulher dele, Marisa Scholles, de 56. O zelador, Arideu Oliveira Rolim, foi resgatado e levado para o Hospital Santa Luzia. Ele recebeu alta no início da tarde.

A mulher de Rolim, dois filhos deles e um neto escaparam do desastre. Ela relatou que no momento da queda da estrutura, na parte dos fundos do Santa Fé, ouviu um estrondo e, a seguir, tudo ruiu. Depois, em meio a muita poeira, viu uma luz. Saiu por um buraco nos destroços, por onde escaparam os filhos e o neto.

Simone e o filhos eram de Porto Alegre e passavam o fim de semana no local. O síndico estava com a mulher na praia para conferir as obras estruturais pelas quais o prédio passava.

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