Rio - A promotora Priscila Naegele, titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Rio Bonito, fez duras acusações ao réu e ex-PM Anderson Silva de Souza, de 33 anos, acusado ao lado do motorista Ednei Gonçalves Pereira, 42 anos, de planejar e executar a morte do milionário da Mega-Sena, René Senna. Os dois estão sendo julgados pelo terceiro dia, no fórum da Comarca de Rio Bonito.
De acordo com Priscila, Anderson era chefe de uma milícia na Ilha do Governador. Suas acusações são baseadas em um documento encontrado na casa do acusado e que ela tinha em mãos. O panfleto, que teria o nome e telefone de Anderson, oferecia serviços de segurança particular a moradores do bairro pelo preço de R$ 30.
A promotora ainda classificou a milícia como "a pior das organizações criminosas", por ter em seu quadro de 'funcionários' pessoas armadas para proteger a sociedade.
A promotora relatou aos jurados a origem humilde de René Senna, a forma como ele perdeu as pernas, vítima de diabetes, e como sua sorte mudou, em 2005, quando ganhou o prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena. Priscila Vaz revelou ainda como René e Adriana se conheceram, como os ex-seguranças foram contratados, por indicação da companheira, e que eles eram comparsas em outros delitos.
Ao serem contratados, os ex-seguranças mentiram para o milionário, o que os levou à demissão. Anderson já estava desligado da Polícia Militar e Ednei sequer foi policial. Após serem demitidos, eles começaram a ameaçar René. Um terceiro segurança, que morreu em uma falsa blitz policial, foi quem revelou as mentiras ao patrão. A Promotora levantou a hipótese de a morte do ex-colega ter sido uma armação dos agora acusados de assassinar René.
Promotora contradiz depoimento da filha de René
Priscila Naegele afirmou que o plano de morte para René só ganhou força após a inclusão do nome da viúva Adriana Almeida no testamento, feito pelo milionário. No documento, confeccionado em 2006, 50% da fortuna ficaria para a filha Renata e outros 50% para os 11 irmãos. Após a inclusão de seu nome, Adriana teria começado a se relacionar com seu amante. Os gastos também passaram a se intensificar. Houve, inclusive, a compra de uma casa em Arraial do Cabo, sem o consentimento do milionário.
Para cessar a gastança, segundo a promotora, Renata Senna, filha de René, sugeriu ao pai a própria interdição. Assim, Adriana, que possuía conta conjunta com o companheiro, não mais poderia gastar desenfreadamente.
De acordo com a acusação, Adriana descobrira tal pretensão e, a partir daí, começou a planejar o crime.
Foi nessa mesma época que ela voltou a ter contato com Anderson, de quem, anteriormente, tinha medo e sofria ameaças. Comprovantes de contas telefônicas mostram que os dois estavam se falando naquele período.
Outro ponto destacado por Priscila Vaz foi que, às vésperas do homicídio, a mandante teria ouvido uma conversa durante a qual o milionário manifestara a vontade de excluí-la do testamento, o que a levou a antecipar o crime.
Para a promotora, Adriana Almeida passou as festas de fim de ano de 2006 para 2007 com o amante Robson de Andrade em Cabo Frio. A afirmação contradiz o que foi dito pela filha de René, Renata Senna, que dizia que a viúva teria comemorado a data ao lado dos acusados Anderson Souza e Ednei Gonçalves.
O advogado Julio Braga, responsável pela defesa de Ednei Gonçalves, questionou a veracidade e credibilidade de Renata. Ele quis saber a razão de tanta demora na entrega do resultado do teste de DNA - que comprova ou não que ela é filha de René -, pedido pelos advogados de Adriana Almeida.
Os dois ex-seguranças do milionário são acusados de serem os executores do crime. Além deles, outras quatro pessoas são acusadas, entre as quais a viúva de René Senna, Adriana Ferreira Almeida, denunciada como mandante do homicídio. O crime ocorreu em 7 de janeiro de 2007.
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quarta-feira, 8 de julho de 2009
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